Oradores Convidados

 

 

 

 

 

 

 



Alexandre Costa

Alexandre Costa é licenciado pela FEUP (2005) em Engenharia Civil, Mestre em Engenharia Sìsmica pela ROSESchool (European School for Advanced Studies in Reduction of Seismic Risk, Pavia, Italy, 2007) e doutorado em Engenharia Civil pela FEUP (2012). É sócio-fundador da empresa NCREP – Consultoria em Reabilitação do Edificado e Património, Lda., professor adjunto convidado do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP/IPP) e membro integrado do grupo de investigação CONSTRUCT. Desenvolve investigação e trabalho na área das estruturas existentes, análise do comportamento sísmico e soluções de reforço, estando envolvido em mais de 200 trabalhos na área da inspecção, diagnóstico, projecto e monitorização de estruturas existentes, incluindo várias intervenções de reabilitação distinguidas a nível nacional.

 
 

Reabilitação sísmica: problemas e oportunidades

A intervenção numa construção existente constitui um processo multidisciplinar, faseado, direcionado para os materiais e sistemas estruturais que o caracterizam, e que deve valorizar a construção como objecto único irrepetível, em particular quando possui um valor patrimonial especial. Este procedimento implica que haja um bom conhecimento sobre a construção, tal como expressam as boas práticas de intervenção vertidas em vários documentos internacionais que definem os princípios orientadores para conservação e restauro do património construído (por exemplo, ICOMOS, 2000). Por outro lado, as exigências ao desempenho estrutural dos edifícios têm aumentado ao longo do último meio século, em particular quando solicitados por ações sísmicas, cuja regulamentação em Portugal tem início em meados do século XX. Atualmente, com a entrada em vigor dos Eurocódigos (Despacho Normativo n.º 21/2019), da Portaria n.º 302/2019 e do Decreto-Lei n.º 95/2019, estabelecem-se inclusivamente condições que exigem que em obras de ampliação, alteração ou reconstrução se elabore um relatório de avaliação de vulnerabilidade sísmica. Como resposta a estas crescentes exigências, observam-se frequentemente intervenções de reabilitação de construções existentes que não seguem as boas práticas referidas, seguindo caminhos alternativos ao que deveria ser um verdadeiro modelo sustentado de reabilitação. Estes caminhos alternativos têm diferentes origens. Nalguns casos, resultam do desconhecimento por parte dos técnicos do comportamento estrutural das construções existentes, em particular das mais antigas, e que por isso optam por soluções mais imediatas e intrusivas. Noutros, apoiam-se na impossibilidade de seguir caminhos diferentes, aparentemente vedados pela regulamentação em vigor, mas onde uma análise cuidada permite encontrar pequenas portas abertas de apoio a esses novos caminhos. O trabalho a apresentar irá discutir conceitos, soluções estruturais e alguns pontos da regulamentação em vigor que podem originar intervenções tão distintas como fachadismo, ou reconstrução, até intervenções de reabilitação onde a componente sísmica é facilmente absorvida numa abordagem multidisplicinar ao edifício.

 



 

 

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