Oradores Convidados

 

 

 

 

 

 

 



João Estêvão

João M.C. Estêvão (https://orcid.org/0000-0002-7356-9893) é licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, (FCTUC), é mestre em Engenharia de Estruturas pelo Instituto Superior Técnico (IST), UL, e é doutorado em Engenharia Civil também pelo IST. Como Engenheiro Civil, desempenhou funções de diretor de obra e de projetista, tendo realizado projetos de estabilidade de edifícios de habitação, hotéis, edifícios públicos e pontes, ao longo de 10 anos. Presentemente, é docente do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Algarve (UAlg). É especializado em Engenharia Sísmica, e no desenvolvimento de programas informáticos destinados à análise estrutural (essencialmente de edifícios de alvenaria e de estrutura em betão armado), à análise dinâmica de estruturas (linear e não linear), e à resolução de problemas da área da engenharia sísmica no geral (análise da perigosidade sísmica, simulação estocástica e comportamento não linear de terrenos de fundação), nomeadamente com recurso à Investigação Operacional (otimização e simulação) e Inteligência Artificial (sistemas fuzzy, redes neuronais e algoritmos genéticos). Tem participado em alguns projetos de investigação, donde se destaca a coordenação do projeto internacional PERSISTAH. É autor de mais de 75 artigos científicos publicados em congressos e em revistas. É um revisor regular de artigos de mais de 20 revistas internacionais indexadas na Web of Science. Presentemente, também é membro da direção da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica.


 
 

Avaliação e reforço sísmico de escolas: um exemplo no algarve

As escolas são edifícios cujo grau de importância justifica a realização de estudos alargados de vulnerabilidade sísmica, nomeadamente em regiões que são suscetíveis aos efeitos da ação dos sismos, tendo em atenção a sismicidade histórica conhecida, como é o caso da região do Algarve. Neste contexto, um dos objetivos do projeto PERSISTAH (Projetos de Escolas Resilientes aos Sismos no Território do Algarve e de Huelva) consistiu na avaliação da segurança sísmica das escolas do primeiro ciclo do ensino básico existentes no Algarve, e no estudo de possíveis medidas de reforço sísmico. Assim sendo, foi realizado o estudo de um conjunto alargado de edifícios de escolas existentes no Algarve, representativas das tipologias identificadas na região, tanto com estrutura em betão armado, como em alvenaria tradicional. Nenhuma das escolas analisadas, com base nos métodos estipulados na NP EN 1998-3:2017 (EC8-3), apresentou os níveis de segurança que agora estão estabelecidos no EC8-3, principalmente para o estado limite de colapso iminente (NC). Em relação às construções escolares com estrutura de betão armado, foi ainda possível constatar que é viável o seu reforço sísmico, designadamente com base em diversas soluções distintas, até porque existe um conjunto de regras no EC8-3 que viabilizam o estudo numérico da eficácia das medidas de reforço sísmico a implementar. Contudo, o mesmo não aconteceu em relação aos edifícios de alvenaria tradicional, dada a dificuldade em demonstrar a eficácia das tradicionais medidas de reforço sísmico, muito pela inexistência, no EC8-3, de regras específicas sobre o assunto (designadamente com expressões matemáticas e valores numéricos), principalmente tendo em atenção aos níveis de exigência preconizado para o estado limite NC. Assim, será desejável a publicação de valores de resistência, com caráter oficial, de modo a ser possível quantificar, de forma inequívoca, a influência das medidas de reforço sísmico no aumento da capacidade das paredes de alvenaria tradicional.

 



 

 

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